Diagnóstico precoce mostra que é um fator essencial para as mulheres partirem para o tratamento e aumentar as chances de vitória contra o câncer de mama
O Outubro Rosa é lembrado desde os anos 1990 como iniciativa para destacar a necessidade de prevenção contra o câncer de mama. O esforço tem sua razão de ser: o câncer de mama é o tipo mais comum que acomete as mulheres. Estima-se que os tumores malignos de mama corresponderão a 20% dos novos casos identificados. Para este ano, no Brasil, são esperados mais de 73 mil novos registros da doença. Um elemento chave nessa equação, portanto, é a prevenção. A realização de exames preventivos periódicos constitui estratégia fundamental para evitar mortes ou garantir a melhor qualidade de vida possível para as mulheres que passarão por tratamento.
A pandemia de COVID-19 complicou drasticamente esse cenário. As restrições sanitárias impostas pelo novo coronavírus e a pressão sobre os serviços de saúde foram fatores relevantes para uma redução significativa dos exames. Segundo estimativas oficiais, em 2020, mais de 1,7 milhão de mamografias deixaram de ser realizadas no Brasil, em comparação com o ano anterior, segundo dados do DataSUS. Essa situação torna-se mais dramática para as brasileiras que dependem do Sistema Único de Saúde.
Sem condições de procurar a rede privada, essas mulheres são obrigadas a se submeter a uma situação angustiante: esperar. E é sabido que o tempo é um fator crucial para a prevenção e o tratamento de câncer. A literatura médica estima que, em pacientes submetidas regularmente a mamografia, a probabilidade de detectar uma neoplasia maligna em estágio inicial aumenta em até 30%. Em português claro. Quando se fala de câncer, tempo é vida. Um dia já faz muita diferença.
Nesse contexto, é importante ressaltar que vigora no país uma legislação que busca tornar mais ágil o atendimento a mulheres com câncer. Em primeiro lugar, tem-se a Lei 12.732/2012, que determina o prazo máximo de 60 dias para o início do tratamento contra o câncer no SUS, após o diagnóstico. Em 2019, outra norma ampliou as obrigações do Estado: a Lei 13.896/2019 impõe o prazo máximo de 30 dias para a realização de exames de diagnóstico de câncer no SUS. Pela quantidade de mamografias represadas no SUS, percebe-se como o poder público precisa envidar todo esforço possível para reduzir essa fila dramática e oferecer à população brasileira um atendimento digno.
A iniciativa do Outubro Rosa não se limita apenas à delicada questão dos exames preventivos. Desde 2018, há um importante esforço para reforçar campanhas de conscientização. Um ponto importante é desmistificar a ideia de que o câncer é uma sentença de morte. O diagnóstico precoce mostra, de forma incontestável, que é um fator essencial para as mulheres partirem para o tratamento e aumentar as chances de vitória contra a doença. Nesse sentido, é de se louvar o engajamento crescente de entidades, públicas ou privadas, nessa causa.
Esse esforço para abordar um tema difícil, marcado pelo sofrimento e ainda muito carente de informação para o grande público, explica o tema da campanha deste ano do Outubro Rosa. Com o slogan “Câncer de mama: vamos falar sobre isso?”, o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional do Câncer (Inca) espera aumentar a conscientização e a prevenção. O esforço pode ser individual, inclusive: médicos afirmam que hábitos saudáveis, como controlar o peso corporal, praticar atividade física regular e evitar o consumo de álcool ajudam a reduzir os riscos de ocorrência do câncer de mama. À luta, pois.
O diagnóstico precoce mostra, de forma incontestável, que é um fator essencial para as mulheres partirem para o tratamento e aumentar as chances de vitória contra o câncer de mama.
Fonte: Jornal Estado de Minas
Sintomas que são comuns a outras doenças da infância, como dor de garganta e rouquidão, levam os pais a demorem a procurar ajuda
Cerca de sete em cada dez adultos não sabem identificar os sinais e sintomas de câncer em crianças, segundo mostra um estudo feito por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Nottingham, na Inglaterra. A similaridade de sintomas com outras doenças comuns da infância acaba dificultando o diagnóstico precoce de tumores.
O câncer é a primeira causa de mortes por doença entre crianças e adolescentes com idades de 1 a 19 anos. “Os sintomas em crianças muitas vezes são semelhantes aos de outras doenças comuns. A sensibilização do público e dos profissionais para garantir o diagnóstico e o tratamento precoce é essencial”, afirmou Shaarna Shanmugavadivelia, uma das autoras do artigo, em comunicado à imprensa.
O trabalho saiu na revista Archives of Disease in Childhood, na última segunda-feira (16/10). Para chegar à conclusão, os pesquisadores entrevistaram mil adultos residentes no Reino Unido, que foram perguntados sobre quão confiantes se sentiam em reconhecer os sinais e os sintomas do câncer em crianças e em que situações buscariam uma avaliação médica.
Tipos de câncer mais frequentes
As leucemias, os tumores que atingem o sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático) são os tipos de câncer mais frequentes na infância e na adolescência.
Entre as pessoas que responderam à pesquisa, 68% disseram não ter certeza sobre quais são os sinais e sintomas do câncer em crianças. Os participantes foram capazes de identificar, em média, 11 dos 42 sintomas clássicos da doença.
Os mais conhecidos foram: nódulo ou inchaço na pelvis, testículo ou mama; presença de sangue na urina ou nas fezes; mudanças em pintas; caroço ou inchaço na parede torácica ou nas axilas e perda de peso.
Os menos reconhecidos incluíam: puberdade precoce ou tardia, atraso no desenvolvimento dos bebês e crescimento lento.
Quatro em cada dez entrevistados (43%) disseram que esperariam três meses para observar como a criança evolui ou apenas ignoraria a ideia de agendar uma consulta médica por motivos como dor de garganta persistente ou recorrente, rouquidão da voz ou recuperação lenta após uma lesão óssea ou articular.
“A raridade percebida do câncer em crianças é uma barreira fundamental para o diagnóstico precoce. Embora o número de casos possa ser pequeno em comparação com os cancros em adultos, o risco cumulativo desde o nascimento até ao início da idade adulta é comparável ao de outras doenças infantis”, apontou Shaarna.
Saiba quais são os 42 sintomas de câncer que podem se apresentar em crianças:
- Nódulo, inchaço na pélvis, testículo ou mama;
- Sangue na urina;
- Mudanças nas pintas;
- Caroço no peito ou nas axilas;
- Perda de peso;
- Dor ou massa na barriga;
- Caroço ou inchaço na face, mandíbula ou crânio;
- Dor de cabeça persistente ou recorrente;
- Cansaço persistente ou recorrente;
- Perda de apetite;
- Vômito persistente;
- Sangramento/hematomas/erupção cutânea excessivos;
- Convulsão;
- Dor na parede torácica ou nas axilas;
- Inchaço ou dor inexplicável nos ossos ou nas articulações;
- Mudança nos hábitos intestinais: prisão de ventre ou diarreia;
- Dor de barriga persistente ou recorrente;
- Dificuldade em urinar;
- Problemas de visão (visão dupla/turva)
- Glândulas inchadas (lado do pescoço);
- Dificuldade para andar e se equilibrar;
- Dor óssea recorrente e persistente (pior à noite);
- Palidez cutânea perceptível;
- Múltiplos episódios de gripe;
- Sangramento inexplicável entre menstruações;
- Febre e suores noturnos;
- Falta de ar;
- Dificuldade para engolir;
- Perna fraca sem explicação;
- Instinto parental;
- Gritos inexplicáveis em crianças pequenas;
- Dor de garganta recorrente;
- Inclinação da cabeça/dor no pescoço;
- Uma ou duas pupilas esbranquiçadas;
- Perda auditiva;
- Movimentos oculares anormais;
- Movimentos faciais anormais;
- Dor de ouvido persistente;
- Abertura bucal limitada;
- Recuperação lenta após lesão óssea;
- Atraso no desenvolvimento;
- Puberdade precoce ou tardia.
Fonte: METRÓPOLES
A alimentação inadequada é responsável por um a cada cinco casos de câncer no Brasil. Saiba o que incluir e o que tirar da dieta
De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), a má alimentação é responsável por cerca de 20% dos casos de câncer no Brasil. Segundo a instituição, um em cada três casos poderia ser evitado com a adoção de dieta saudável, controle de peso e prática de atividade física.
A nutricionista Juliana Vieira afirma que um cardápio variado, rico em frutas, verduras, legumes, cereais integrais, grãos, e pobre em alimentos ultraprocessados pode prevenir muitos casos de câncer. Pensando nisso, ela separou 6 alimentos para você incluir na sua dieta. Confira:
1 - Frutas vermelhas
Frutas como morango, amora, framboesa e mirtilo têm sua coloração característica devido à presença de pigmentos chamados antocianinas. Essas substâncias têm poder antioxidante e evitam a formação dos radicais livres, moléculas que prejudicam o DNA das células e favorecem o desenvolvimento do câncer.
Além disso, essas frutas oferecem boas quantidades de vitamina C, que também é um antioxidante poderoso.
2 - Frutas e vegetais amarelos e alaranjados
A coloração amarela ou alaranjada de alimentos como abóbora, batata-doce, cenoura, manga, nectarina e mamão se deve à presença do betacaroteno, um pigmento que protege nosso material genético dos danos causados pela oxidação.
Outro excelente benefício são suas altas concentrações de vitaminas, minerais e fibras, pois elas permitem o bom funcionamento de todo o organismo.
3 - Frutas cítricas
As frutas cítricas são as campeãs quando o assunto é vitamina C, um micronutriente capaz de evitar o estresse oxidativo nas células e prevenir o desenvolvimento de diversos tipos de tumor maligno, inclusive o câncer de mama.
Por isso, vale a pena investir em frutas como abacaxi, acerola, maracujá, kiwi, laranja, limão e tangerina, ingerindo pelo menos uma porção todos os dias.
4 - Brócolis e outros vegetais crucíferos
Os vegetais crucíferos como brócolis, couve-manteiga, couve-flor e repolho são famosos por seu alto conteúdo de fibras, vitaminas e sais minerais, substâncias essenciais para garantir o bom funcionamento do organismo. Além disso, esses alimentos oferecem substâncias que atuam especificamente na prevenção do câncer, como os glucosinolatos.
5 - Salmão e outros peixes gordurosos
Peixes como salmão, sardinha e atum contêm, por exemplo, gorduras insaturadas, que são consideradas boas por proteger a saúde cardiovascular e reduzir o risco de desenvolvimento de vários tipos de câncer.
Essa propriedade se deve também à presença dos ácidos graxos ômega-3, que combatem e previnem a atividade inflamatória - um forte fator de risco para os tumores malignos.
6 - Castanhas e outras sementes oleaginosas
As castanhas em geral, como amendoim, amêndoas, avelãs, castanha-de-caju, castanha-do-pará e nozes, são fontes de vitamina E, que também apresenta ação antioxidante.
O que não colocar no prato
Por outro lado, há também os alimentos potencialmente cancerígenos. A nutricionista aponta o que evitar no prato para prevenir o câncer:
1 - Excesso de carne vermelha, que é rica em gorduras saturadas e favorece os processos inflamatórios no organismo, aumentando o risco do câncer de mama. Dessa forma, recomenda-se limitar seu consumo a três porções semanais, dando preferência aos peixes e aves.
2 - Frituras e alimentos gordurosos em geral, como lanches de fast food, leite integral e queijos amarelos, também é importante evitar. Isso porque a ingestão excessiva de gordura está relacionada ao acúmulo de peso (fator que aumenta o risco do câncer) e à elevação do estradiol, um hormônio relacionado ao câncer de mama.
3 - Açúcares brancos, doces, refrigerantes e produtos industrializados em geral devem ser consumidos com moderação. Isso porque eles contêm substâncias artificiais que desencadeiam processos inflamatórios no organismo.
A mamografia é o exame mais importante para prevenir e detectar a doença em seus estágios iniciais. Mas existem outras formas de se proteger do câncer de mama.
O câncer de mama é o tipo mais comum e o que causa mais mortes em mulheres de todo o mundo. A afirmação é da Organização Panamericana de Saúde (OPS), órgão da OMS (Organização Mundial da Saúde dedicado às Américas, que mapeia o problema.
Ainda segundo a OPS, a enfermidade também é a que causa maior incapacidade nas mulheres frente a outros tipos da doença. Por isso, é tão importante focar nos exames de prevenção – não só durante o período do Outubro Rosa – mas em todos os meses.
Dados da OMS de 2020 indicam que mais de 100 mil mulheres morreram, somente nas Américas, em decorrência do câncer de mama, e quase 500 mil casos foram identificados nesse mesmo período. A enfermidade também pode atingir os homens, mas este é um quadro bem mais raro, representando menos de 1% do total de casos, informa o Ministério da Saúde do Brasil.
O que é a mamografia e como ela funciona
O mais importante exame recomendado para prevenir o câncer de mama é a mamografia, como afirma o médico Alexandre Pupo, titular do núcleo de mastologia do hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e especializado em oncologia ginecológica pela USP (Universidade de São Paulo).
“A mamografia é um raio-x de altíssima qualidade e resolução que permite observar alterações na gramatura do tecido mamário e identificar a presença de nódulos e de microcalcificações”, explica Pupo.
Mas como esse exame pode identificar o problema? “Ele mostra quando existe um nódulo ou se aparecem microcalcificações agrupadas na mama e de aspectos bizarros. Ao invés de serem pontinhos redondinhos, essas calcificações têm o formato de vírgula, de estrela, são distorcidas, e surgem agrupadas em uma determinada área. Isso gera suspeita, principalmente quando comparado um lado da mama com o outro”, responde o médico.
Quando esse cenário é identificado, o mastologista é alertado e com a detecção precoce existe uma maior probabilidade de cura através dos diversos tipos de tratamentos contra o câncer.
“A mamografia detecta as alterações precursoras do câncer de mama e a própria doença muitas vezes antes até de haver um nódulo sólido, quando ele ainda está menor de 1 centímetro”, enfatiza Pupo. O exame deve ser realizado pela mulher a partir dos 40 anos de idade e precisa ser repetido anualmente até os 74 anos, reforça o especialista.
Já nas situações em que a mulher possui outros casos de câncer de mama na família, recomenda-se começar a fazer a mamografia a partir dos 35 anos, ou até mais precocemente, diz o médico.
Outros exames que previnem o câncer de mama
Existem, no entanto, outros exames que podem ser feitos para prevenir o câncer de mama, em especial nas pacientes mais jovens (antes dos 40 anos). Um deles é o ultrassom de mamas.
“Diferentemente da mamografia, esse exame funciona com uma onda emitida por um transdutor e que reflete nos tecidos, retornando para o transdutor”, explica o Dr. Alexandre Pupo.
Segundo o especialista, o exame é bastante adequado para identificar a diferença entre um nódulo sólido, que pode ser de câncer de mama, de um simples cisto mamário (que é uma bolha de água às vezes encontrada nesta região). “Em mulheres com mamas muito densas, a ultrassonografia acompanha a mamografia para ajudar a melhorar o diagnóstico”, diz Pupo.
O ultrassom de mama pode ser feito a partir até mesmo dos 25 anos de idade, recomenda o especialista consultado, em especial se a paciente possui alto risco para a doença.
Já a palpação das mamas, como também é conhecido o autoexame, pode ser feita pela própria mulher com o objetivo também de prevenção. Mas deve-se ter em mente que ela só consegue detectar lesões maiores. “Normalmente, quando feita por mãos leigas, ou seja, quando não é executada por um especialista, a palpação identifica nódulos a partir de 2 centímetros ou maiores. Isso faz com que o autoexame gere uma detecção mais tardia se comparado à mamografia”, explica Alexandre Pupo.
Por fim, o mastologista afirma ainda que existe um último exame possível de ser associado para complementar a identificação de câncer de mama, mas que ele não deve ser usado como preventivo, salvo em casos raros.
Trata-se da ressonância magnética, capaz de trazer informações sobre a necessidade de se fazer ou não uma cirurgia mais ampla na retirada da doença e que está reservada, na maior parte das vezes, a pacientes que têm altíssimo risco por seu histórico familiar, como informa o especialista.
“Recomenda-se para pacientes com mutações genéticas já identificadas que favorecem o surgimento de câncer de mama, bem como mulheres que tiveram linfoma de Hodgkin, por exemplo, e já fizeram radioterapia na região do tórax na juventude porque ela gera um fator de risco mais elevado para esse problema de saúde”, diz o médico.
“Analisando caso a caso, essas pacientes podem se beneficiar da ressonância magnética como preventiva, ainda que na população comum o exame seja usado mais para confirmar um detalhe de diagnóstico ou para planejar os casos cirúrgicos”, afirma o especialista.
Fonte: NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL